quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ética corporativa: utopia ou realidade?

(Texto livremente trabalhado e adaptado de matéria publicada por Márcia Leão em setembro de 2009 no site
RH Portal, com inclusão de conceitos de Maria do Carmo Whitaker, por Felipe Vagner S. de Almeida)


Atualmente a palavra “ética” tem se tornado uma expressão muito usada no cotidiano das pessoas, nas empresas e nas corporações, pela sua constante exposição pela mídia e pelos impactos promovidos por esta.
Afinal, o que é a ética a que todos se referem? O que é ética corporativa? De que maneira a ética pessoal e a ética corporativa podem interagir?
A ética pessoal funciona como uma bússola para o indivíduo, orientando-o a proceder conforme um juízo de valores próprio e fruto de sua formação pessoal, familiar, social, religiosa e de tantos outros aspectos que influenciam na formação do conjunto de valores que a definem.
A ética corporativa, no entanto, abraça a idéia de coletividade. A ética de uma corporação é a maneira de como ela deve proceder em sociedade e o que a define ou a constrói é a soma das éticas pessoais que a compõem. Sendo assim, a ética corporativa é formada por indivíduos unidos por um fim comum de pensamentos e idéias, que possuem uma mesma concepção no modo de realizá-los, estando sujeitos a “regulamentos” que vão fornecer procedimentos adequados a serem seguidos.
Podemos dizer que uma corporação ética é uma corporação composta de pessoas éticas, que empregam boas condutas em seu relacionamento junto a seu público interno e externo. Uma conseqüência positiva desta boa conduta é que essas pessoas, ao incorporarem a imagem adequada de ética, estenderão esses conceitos para dentro de suas casas e continuarão dando bons exemplos para a vizinhança.
A ética não está na empresa que, como pessoa jurídica não passa de uma ficção de direito. A ética avalia a bondade ou maldade das ações do ser humano, em relação a sua moralidade e tem a ver com suas intenções e escolhas. Sem dúvida o ser humano não é mero fator de produtividade, é o principal elemento da empresa.
Os seus princípios e valores criarão a cultura da empresa por ele fundada e administrada. Assim, pequenas, médias e grandes empresas que desejarem se projetar no mundo corporativo deverão levantar a bandeira da ética, que transparecerá nas ações de seus acionistas, executivos, auditores, colaboradores, clientes e parceiros. As pessoas é que serão éticas ou não. As empresas, no desenvolvimento de suas atividades, revelarão o caráter das pessoas que as representam.
O ser humano é único, como conseqüência, a mesma e única pessoa assume diversos papéis durante a vida, como pai ou mãe de família, como cidadão, como integrante de um partido político, como membro de uma agremiação esportiva, classista ou mesmo como colaborador de uma empresa. Utopia ou realidade da “ética”, portanto, não dizem respeito à ética corporativa, mas sim à ética ou falta de ética do ser humano único.
No mundo dos negócios, a falta de ética pode ser um risco muito grande para distanciar as relações entre empresários, clientes e colaboradores. Para uma empresa funcionar bem, o fator humano deve ser valorizado; o lado humano fundamenta, nos dias atuais, a cultura empresarial, estrutura suas bases, influindo nas decisões da empresa e abrem caminhos para acompanhar transições do novo milênio, transições impostas pelo mundo global e que hoje direcionam a economia mundial.
Os limites de qualquer negócio são estabelecidos por regras e valores, conforme a cultura da empresa. A fronteira que determinará o quanto as empresas podem ultrapassar tais limites dependerá do código de ética que foi combinado entre os profissionais da empresa. Diante de um mercado que favorece a política do “passar para trás”, fica difícil aplicar a boa conduta nos negócios, porém se a empresa está decidida a durar, a postura ética é rígida, os valores são claros, sem distorções e compensa muito mais um prejuízo nos negócios do que ver a marca da empresa envolvida em ações mal vistas. Qualquer ação profissional deve ser pautada pelos princípios éticos estabelecidos pelo código de ética corporativo.
É preciso dar continuidade ao processo educativo e formar profissionais comprometidos com o interesse público. O conhecimento deve ser compartilhado para crescer, pois representa o bem de produção de uma empresa. Promover um ambiente criativo, informal, sorridente, sem permissividade, gera a confiança do colaborador, que passa a apoiar os ideais da empresa para chegar às metas estabelecidas.
A ética corporativa corresponde a uma estrutura familiar, pois o primeiro passo a ser dado no núcleo é a construção de fidelidades, de comunhão e, sobretudo, atitudes de compartilhar situações. Estar pronto para agir em apoio ao outro no momento em que houver necessidade, saber olhar para o membro familiar como uma extensão da minha pessoa, acreditando também que haverá recíproca. Afinal, uma família desestruturada não chega a lugar algum, pelo contrário, atrai mais problemas que, certamente, levarão o grupo ao fracasso.
Negócio algum funciona sem diretrizes, sem articulações e muito menos sem iniciativas. Porém, negócio algum poderá crescer sem apoio, sem união do grupo, sem o coletivo.
A identidade de cada um, no exercício e reflexão dos valores éticos corporativos, funde-se com a própria marca da empresa, promovendo relações positivas entre empresários, colaboradores e clientes, cuja responsabilidade social é intensa. Não há sombra de dúvidas de que ética e responsabilidade social são assuntos recentes para muitas corporações. Porém já está na hora de haver mudança, pois o mercado está exigindo isso.
A utopia ou realidade da ética corporativa depende da atitude das pessoas que constituem a corporação. Pense nisto!

sábado, 10 de outubro de 2009

O Gerenciamento de Riscos

O risco sempre fez parte do cotidiano do ser humano estimulando-o a conhecê-lo, desafiá-lo e em alguns casos até superá-lo. É certo que as formas de riscos vêm sofrendo mutações com o decorrer da história.
Nos dias atuais, o imenso desenvolvimento tecnológico seguido da acirrada competitividade econômica fazem o homem conviver com vários tipos de risco.
Os riscos estudados aqui são aqueles que geram perdas, podendo ser de caráter humano, material ou para o meio ambiente.
Antigamente, acidentes que ocasionavam esses tipos de perdas eram vistos como fatalidades e considerados obras do acaso. Porém essa visão foi modificada após a segunda grande guerra, quando os EUA começaram a estudar a possibilidade de redução de prêmios de seguros e a necessidade de proteção da empresa frente a riscos de acidentes.
Surgiu então o Gerenciamento de Riscos. Entretanto, só nos anos 70, quando os prêmios de seguros de acidentes de trabalho começaram a subir, o trabalho de prevenção a acidentes e reabilitação levado a cabo pelo departamento de gerenciamento de risco passou a ser mais respeitado.
O gerenciamento de risco é uma ciência que permite ao homem conviver de maneira mais segura com os riscos a que estão expostos. Tem a função de proteger os seres humanos, seus recursos materiais e o meio ambiente.
Em uma organização um programa de gerenciamento de risco tem como objetivo identificar, analisar e avaliar os riscos existentes e decidir como serão tratados.
Entretanto, é importante ressaltar que para um plano de gerenciamento de riscos ser eficaz este deve fazer parte da cultura interna da empresa e ser integrado a todos os níveis da empresa.
O objetivo é descobrir o nível de vulnerabilidade da organização para que seja elaborado um plano de ação que atue nos pontos mais críticos da mesma.
O conceito do planejamento em segurança é mesurar todo e qualquer perigo que a empresa possua e implantar medidas antecipatórias, preventivas, visando mitigar os possíveis impactos negativos na empresa.